2.12.05
A Hora da Quimera
Queria-te apenas para mim
deitado em meu útero
e fazendo confissões sem pudor.
Queria-te na relva dos meus pensamentos
reconfortando a minha insensatez
e suplicando pelo meu corpo.
Queria-te na futura melancolia
de uma mulher, de uma garota, de uma criança, de uma lésbica
de uma freira, de uma parteira, de uma solteira, de uma fêmea.
Queria-te frio, cético, séptico, amargo,
sem desejo, sem caráter, sem sonho, sem alma, sem carne, sem cruz.
Querer-te apenas por querer-te.
Querer além do que as sensações alcançam.
Querer para não perder, apenas para poder querer.
(Imaginemos um holocausto nuclear,
apenas mim e ti com a natureza no ventre.
“Já não te quero mais”, pensarei.
Queria, na verdade,
a coisa mais última que há em um devaneio:
a solidão alheia)
deitado em meu útero
e fazendo confissões sem pudor.
Queria-te na relva dos meus pensamentos
reconfortando a minha insensatez
e suplicando pelo meu corpo.
Queria-te na futura melancolia
de uma mulher, de uma garota, de uma criança, de uma lésbica
de uma freira, de uma parteira, de uma solteira, de uma fêmea.
Queria-te frio, cético, séptico, amargo,
sem desejo, sem caráter, sem sonho, sem alma, sem carne, sem cruz.
Querer-te apenas por querer-te.
Querer além do que as sensações alcançam.
Querer para não perder, apenas para poder querer.
(Imaginemos um holocausto nuclear,
apenas mim e ti com a natureza no ventre.
“Já não te quero mais”, pensarei.
Queria, na verdade,
a coisa mais última que há em um devaneio:
a solidão alheia)