27.12.05

“que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio , que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs

somos o que somos
inclassificáveis

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,

não há sol a sós

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.

somos o que somos
inclassificáveis

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio , que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,

não há sol a sós

egipciganos tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol”

6.12.05

eu já disse e repito.
a minha sexualidade não te pertence. não pertence a ninguém. nem ao meu próprio sexo (se é que tenho um).

4.12.05

"Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal. "

2.12.05

A Hora da Quimera

Queria-te apenas para mim
deitado em meu útero
e fazendo confissões sem pudor.

Queria-te na relva dos meus pensamentos
reconfortando a minha insensatez
e suplicando pelo meu corpo.

Queria-te na futura melancolia
de uma mulher, de uma garota, de uma criança, de uma lésbica
de uma freira, de uma parteira, de uma solteira, de uma fêmea.

Queria-te frio, cético, séptico, amargo,
sem desejo, sem caráter, sem sonho, sem alma, sem carne, sem cruz.

Querer-te apenas por querer-te.
Querer além do que as sensações alcançam.
Querer para não perder, apenas para poder querer.

(Imaginemos um holocausto nuclear,
apenas mim e ti com a natureza no ventre.
“Já não te quero mais”, pensarei.
Queria, na verdade,
a coisa mais última que há em um devaneio:
a solidão alheia)

1.12.05

Deus?
não, obrigado.

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